The Sea of Tranquility

Este post é para aquela que considero a minha mana do coração. Sempre disse que os amigos são a família que nós escolhemos e sendo este o 8º ano que te conheço e o 6º com uma ligação bastante próxima, posso dizer que és das melhores pessoas que eu conheço. É bom ver-te a crescer e crescer contigo, somos duas mulheres mais maduras do que aquilo que éramos no nosso 10º ou 12º Ano e apesar de estarmos muito diferentes daquilo que éramos, estamos iguais ao mesmo tempo. A mesma personalidade, o mesmo estado de espírito, os mesmos valores.... Bem, uma série de características. No entanto, temos agora responsabilidades acrescidas na nossa vida, já nos vêm nas nossas famílias como adultas e não umas miseras adolescentes, temos planos de vida delineados pelos quais lutamos com todo o afinco. Tu mana, és especial e és de facto uma mana no meu coração.

Parece que um senhor administrador de uma unidade hospitalar deste país, ao visitar a Unidade de Cuidados Intensivos do mesmo hospital do qual se diz administrador, dizer que não percebe o porquê de serem necessários tantos enfermeiros em tal unidade, uma vez que os doentes não se mexem nem falam... Como enfermeira não exijo que todos os cidadãos saibam o porquê de serem necessários tantos enfermeiros em Cuidados Intensivos e unidades semelhantes a estas. No entanto, acho degradante para o nosso país existirem administradores desta categoria, que nem saber o que cada profissional de saúde faz na sua área e ainda o modo de funcionamento de cada unidade dentro do hospital. É por pessoas deste género que temos o país que temos. Profissionais que não se interessam pelo seu trabalho e, muitos deles, que nem sabem de todo qual a sua área de competência. Precisamos de profissionais competente e interessados, que tenham a capacidade de inovar na sua área/serviço, todos os dias.

Bem, eles são uma mania minha. Não consigo olhar para um pacote de açúcar que gosto e não o trazer para casa. Às vezes até olho para o das pessoas que estão comigo e como quem não quer a coisa, poe-no dentro do bolso. Porém estes dois, assim que os vi, pensei logo numa das pessoas mais importantes da minha vida. Este foi depois de sair de turno da noite bem complicado no estágio de urgência e, logo de seguida, ir até um café deserto tomar o pequeno almoço, para depois de uma noite de trabalho fazer uma grande viagem até à minha cidade e os braços de uma pessoa. Este, bem... Num outro estágio, anterior ao de urgência, mas uma vez mais fora da minha cidade. Bem, foi durante a pausa para pequeno almoço, durante uma visita domiciliária bem agitada, numa segunda feira de manha. Só tiro mesmo a parte do 'não é correspondido' e ficaria perfeito.

Porque todas elas tiveram um significado muito especial na minha vida :)

Um grande e redondo ? Aquele momento em que apesar de tantos planos que tens na tua mente, o único plano que mais se destaca é o do ponto de interrogação. O apesar de se saber qual é o próximo passo que terá que ser dado, não saber quando e onde o vamos dar, apenas se tendo a certeza das pessoas que estarão contigo quando o deres.  O sentir-se mal ao ter que pedir dinheiro aos papás para ir tomar um café, para comprar um simples livro de no máximo 5€, para fazer uma formação, para ir ao dentista, para comprar roupa, para imprimir currículos, para o gasóleo. Sim, sinto-me mal por isso, porque acho que com a idade que tenho, já deveria estar a ganhar o meu próprio dinheiro e a ajudar os meus pais que fizeram o que lhes competia até aqui. Estou na fase de estar cansada de brincadeirinhas de adolescentes e de pessoas que brincam com a vida como se ela não fosse preciosa, quero começar a construir a minha própria vida e a começar a ter o meu próprio caminho nos meandros do futuro. Quer

Gosto de planeamento... Não gosto de pessoas que chegam repetidamente atrasadas... Gosto de ser porta-voz de projectos... Não gosto de multidões... Gosto de música... Não gosto de demasiado calor... Gosto de letras... Nao gosto de ser apelidada de nomes... Gosto de chuva... Não gosto de preguiça... Gosto do cheiro a terra molhada....

Há coisas curiosas. Nos últimos dias pus-me a pensar em alguns assuntos que podem parecer um pouco contraditórios para alguns ouvidos. Tem haver com multidões. Não gosto de multidões, ambientes cheios, pouco espaço para circular, a não conseguir ter uma conversa com substância. Não gosto de falar com multidões, sinto-me demasiado exposta e isso é algo que não está na minha forma de ser. No entanto, sim e isto pode soar estranho, adoro falar para multidões. Sou o tipo de pessoa que não se importa de ser a porta-voz de algo e estar num palco, com um microfone, a transmitir as minhas/nossas ideias. Porque este é um ambiente minimamente controlado, no qual eu me sinto no poder e nem um mínimo exposta.